Perguntas Frequentes

Transplante é um tratamento que consiste na substituição de um órgão (coração, rim, pulmão, intestino, pâncreas) ou de um tecido (córnea, medula óssea, osso, vasos sanguíneos, válvulas cardíacas) doente de uma pessoa por outro sadio. Este órgão ou tecido pode ser proveniente de um doador vivo ou falecido. Os transplantes são realizados, somente quando outras terapias já não dão mais resultados. Para alguns, portanto, é o único tratamento possível que possibilite continuar vivendo.
A doação de órgãos é um ato pelo qual você manifesta a vontade de que, a partir do momento de sua morte, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.
Cerca de 1% de todas as pessoas que morrem são doadores em potencial. Entretanto, a doação pressupõe certas circunstâncias especiais que permitam a preservação do corpo para o adequado aproveitamento dos órgãos para doação. É possível também a doação entre vivos no caso de órgãos duplos. É possível a doação entre parentes de órgãos como o Rim, por exemplo. No caso do Fígado, também é possível o transplante intervivos. Neste caso apenas uma parte do Fígado do doador é transplantada para o receptor. Este tipo de transplante é possível por causa da particular qualidade do Fígado de se regenerar, voltando ao tamanho normal em alguns meses. No caso da doação intervivos, é necessária uma autorização especial e diferente do caso de doador falecido (doador em morte encefálica).
Não. É um tratamento que pode prolongar a vida com melhor qualidade. Os transplantados exigem cuidados médicos constantes e usam uma série de medicamentos pelo resto da vida. É uma forma de substituir um problema de saúde incontrolável por outro sob o qual se tem controle.
Não podem ser considerados doadores pessoas portadoras de doenças infecciosas incuráveis, câncer ou doenças que pela sua evolução tenham comprometido o estado do órgão. Os portadores de neoplasias primárias do sistema nervoso central podem ser doadores de órgãos. Também não podem ser doadores: pessoas sem documentos de identidade e menores de 21 anos sem a expressa autorização dos responsáveis.

Entre os órgãos que podem ser doados estão: o coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado e intestinos. Os tecidos que podem ser doados são: córneas, peles, ossos, válvulas do coração e tendões.

A doação de órgãos como Rim e parte do Fígado pode ser feita em vida. Mas em geral nos tornamos doadores quando ocorre a MORTE ENCEFÁLICA. Tipicamente são pessoas que sofreram um acidente (acidente com carro, moto, quedas, etc) ou uma intercorrência clínica como AVC (isquêmico ou hemorrágico).

É necessário apenas o ato de comunicar à família esta decisão e deixar claro seu desejo em ser doador. Isto porque a família é sempre consultada no momento da doação. Atualmente, na legislação brasileira, não existe nenhuma documentação exigida para expressar o desejo de doar.

Um dos membros da família pode manifestar o desejo de doar os órgãos ao médico que atendeu o familiar, ou à administração do hospital, ou ainda, entrar em contato com uma Central de Transplantes que tomará as providências necessárias. Se a sua família quer mesmo adotar esta atitude de doação, aconselha-se que insista com a equipe médica do hospital para que as providências sejam tomadas. A família não paga pelos procedimentos de manutenção do potencial doador. Existem coberturas do SUS para este procedimento.

Praticamente todas as religiões encorajam a doação de órgãos e tecidos como uma atitude de preservação da vida e um ato caridoso de amor ao próximo. A maioria das religiões, contudo, considera este ato uma decisão individual de seus seguidores.

Quase todas as doenças que levam a uma situação de falência completa de um órgão ou de um tecido e quando as terapias médicas ou cirúrgicas convencionais já não são mais eficazes, têm como última alternativa de tratamento um transplante. Para muitos, o transplante significa literalmente o renascimento. Para outros, a possibilidade do retorno a uma vida normal. Já é uma rotina na prática de muitos hospitais em diversas partes do mundo, mas guarda o aspecto de ser o único tratamento médico que depende da população em geral para ser operacionalizado.

Não. Pessoas sem identidade, indigentes e menores de 21 anos sem autorização dos responsáveis, não são consideradas doadoras.

Morte encefálica significa a morte da pessoa. É uma lesão irrecuperável do cérebro após traumatismo craniano grave, tumor intracraniano ou derrame cerebral. É a interrupção definitiva e irreversível de todas as atividades cerebrais. Como o cérebro comanda todas as atividades do corpo, quando morre, os demais órgãos e tecidos também morrem. Alguns resistem mais tempo, como as córneas e a pele. Outros, como o coração, pulmão, rim e fígado sobrevivem por muito pouco tempo. 
A morte encefálica pode ser claramente diagnosticada e documentada através do exame da circulação cerebral por técnicas extremamente seguras, embora existam opiniões contrárias a esta afirmativa. 
Por algum tempo, as condições de circulação sangUínea e de respiração da pessoa acidentada poderão ser mantidas por meios artificiais, ou seja, atendimento intensivo (em UTI, com medicamentos que aumentam a pressão arterial, respiradores artificiais, etc), até que seja viabilizada a remoção dos órgãos para transplante. 
É importante que não se confunda MORTE ENCEFÁLICA com COMA. O estado de coma é um processo reversível, a morte encefálica não. Do ponto de vista médico e legal, o paciente em coma está vivo. Para que a morte encefálica seja confirmada é necessário o diagnóstico de, pelo menos, dois médicos, sendo um deles neurologista. Estes médicos não podem fazer parte da equipe que realizam o transplante. Os exames complementares, ou seja, além do exame clínico, para confirmar a morte encefálica, que inclui eletro encefalograma e arteriografia cerebral, são realizados, pelo menos duas vezes, com intervalo de seis horas. Só então a morte encefálica pode ser confirmada. Ou seja, é um procedimento que dará a família do indivíduo, a certeza de que o estado dele é irreversível.

Em princípio sim, desde que o hospital conte em seu quadro de profissionais com um neurologista e os equipamentos necessários para a realização dos exames. Contudo, no Brasil as coisas ainda não são assim. Mas, excepcionalmente, ao suspeitar-se de ocorrência de morte encefálica, uma equipe e equipamentos podem ser deslocados de um hospital para outro.

Não. Se for seguido o protocolo, que está muito bem documentado, a chance de erro não existe. O diagnóstico passa por algumas etapas. O primeiro passo é o diagnóstico clínico, seguido de confirmação por métodos como arteriografia, entre outros.

O Coração e Pulmão são os órgãos que menos tempo podem esperar. O intervalo máximo entre a retirada e a doação não deve exceder quatro horas. O ideal é que as duas cirurgias ocorram simultaneamente. O Fígado resiste até 12-24 horas fora do organismo. O Rim é bastante resistente, se comparado a outros. A espera pode ser de 24 a 36 horas. O Pâncreas (como no caso do Coração e do Pulmão) as cirurgias de retirada e doação, devem ser feitas quase que simultaneamente. A Córnea pode permanecer até sete dias fora do organismo, desde que mantida em condições apropriadas de conservação.