Entre os órgãos que podem ser doados estão: o coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado e intestinos. Os tecidos que podem ser doados são: córneas, peles, ossos, válvulas do coração e tendões.
A doação de órgãos como Rim e parte do Fígado pode ser feita em vida. Mas em geral nos tornamos doadores quando ocorre a MORTE ENCEFÁLICA. Tipicamente são pessoas que sofreram um acidente (acidente com carro, moto, quedas, etc) ou uma intercorrência clínica como AVC (isquêmico ou hemorrágico).
É necessário apenas o ato de comunicar à família esta decisão e deixar claro seu desejo em ser doador. Isto porque a família é sempre consultada no momento da doação. Atualmente, na legislação brasileira, não existe nenhuma documentação exigida para expressar o desejo de doar.
Um dos membros da família pode manifestar o desejo de doar os órgãos ao médico que atendeu o familiar, ou à administração do hospital, ou ainda, entrar em contato com uma Central de Transplantes que tomará as providências necessárias. Se a sua família quer mesmo adotar esta atitude de doação, aconselha-se que insista com a equipe médica do hospital para que as providências sejam tomadas. A família não paga pelos procedimentos de manutenção do potencial doador. Existem coberturas do SUS para este procedimento.
Praticamente todas as religiões encorajam a doação de órgãos e tecidos como uma atitude de preservação da vida e um ato caridoso de amor ao próximo. A maioria das religiões, contudo, considera este ato uma decisão individual de seus seguidores.
Quase todas as doenças que levam a uma situação de falência completa de um órgão ou de um tecido e quando as terapias médicas ou cirúrgicas convencionais já não são mais eficazes, têm como última alternativa de tratamento um transplante. Para muitos, o transplante significa literalmente o renascimento. Para outros, a possibilidade do retorno a uma vida normal. Já é uma rotina na prática de muitos hospitais em diversas partes do mundo, mas guarda o aspecto de ser o único tratamento médico que depende da população em geral para ser operacionalizado.
Não. Pessoas sem identidade, indigentes e menores de 21 anos sem autorização dos responsáveis, não são consideradas doadoras.
Morte encefálica significa a morte da pessoa. É uma lesão irrecuperável do cérebro após traumatismo craniano grave, tumor intracraniano ou derrame cerebral. É a interrupção definitiva e irreversível de todas as atividades cerebrais. Como o cérebro comanda todas as atividades do corpo, quando morre, os demais órgãos e tecidos também morrem. Alguns resistem mais tempo, como as córneas e a pele. Outros, como o coração, pulmão, rim e fígado sobrevivem por muito pouco tempo.
A morte encefálica pode ser claramente diagnosticada e documentada através do exame da circulação cerebral por técnicas extremamente seguras, embora existam opiniões contrárias a esta afirmativa.
Por algum tempo, as condições de circulação sangUínea e de respiração da pessoa acidentada poderão ser mantidas por meios artificiais, ou seja, atendimento intensivo (em UTI, com medicamentos que aumentam a pressão arterial, respiradores artificiais, etc), até que seja viabilizada a remoção dos órgãos para transplante.
É importante que não se confunda MORTE ENCEFÁLICA com COMA. O estado de coma é um processo reversível, a morte encefálica não. Do ponto de vista médico e legal, o paciente em coma está vivo. Para que a morte encefálica seja confirmada é necessário o diagnóstico de, pelo menos, dois médicos, sendo um deles neurologista. Estes médicos não podem fazer parte da equipe que realizam o transplante. Os exames complementares, ou seja, além do exame clínico, para confirmar a morte encefálica, que inclui eletro encefalograma e arteriografia cerebral, são realizados, pelo menos duas vezes, com intervalo de seis horas. Só então a morte encefálica pode ser confirmada. Ou seja, é um procedimento que dará a família do indivíduo, a certeza de que o estado dele é irreversível.
Em princípio sim, desde que o hospital conte em seu quadro de profissionais com um neurologista e os equipamentos necessários para a realização dos exames. Contudo, no Brasil as coisas ainda não são assim. Mas, excepcionalmente, ao suspeitar-se de ocorrência de morte encefálica, uma equipe e equipamentos podem ser deslocados de um hospital para outro.
Não. Se for seguido o protocolo, que está muito bem documentado, a chance de erro não existe. O diagnóstico passa por algumas etapas. O primeiro passo é o diagnóstico clínico, seguido de confirmação por métodos como arteriografia, entre outros.
O Coração e Pulmão são os órgãos que menos tempo podem esperar. O intervalo máximo entre a retirada e a doação não deve exceder quatro horas. O ideal é que as duas cirurgias ocorram simultaneamente. O Fígado resiste até 12-24 horas fora do organismo. O Rim é bastante resistente, se comparado a outros. A espera pode ser de 24 a 36 horas. O Pâncreas (como no caso do Coração e do Pulmão) as cirurgias de retirada e doação, devem ser feitas quase que simultaneamente. A Córnea pode permanecer até sete dias fora do organismo, desde que mantida em condições apropriadas de conservação.